sábado, 1 de março de 2008

Exercício de jornalismo literário em capítulos

V - Capitão-mor

Pelas mãos de D. Cristóvão de Moura, estadista influente na corte espanhola, o manuscrito de Gabriel Soares de Souza chegou até a sala do trono de Felipe II.

Na abertura das crônicas, o senhor de engenho diz que pretende manifestar a fertilidade e outras tantas grandezas da Cidade da Baia de Todos os Santos e outros Estados da colônia, descuidados após a morte de D. João III, o rei que autorizou a construção de Salvador.

O cronista conta para Felipe II como o Brasil foi descoberto, fala da construção de Salvador e dedica capítulos inteiros a descrever detalhadamente a geografia, fauna, flora, nativos, engenhos. Nem as formigas saúvas que infestavam a colônia escapam do comentário.

Com uma forcinha das belezas narradas no manuscrito e contabilizando as pepitas de ouro a serem descobertas, o rei espanhol aprovou todos os pedidos do candidato a bandeirante e ainda lhe concedeu privilégios extras.

Gabriel, que chegou a Madrid como suplicante, saiu de lá ostentando o título de capitão-mor e governador da conquista e descobrimento do Rio São Francisco.

Embarcou de volta ao Brasil munido de oito alvarás e mais uma carta régia endereçada ao governador-geral D. Francisco de Souza. O navio era o Grifo Dourado, que levantou âncoras em 7 de abril de 1591.

Andreia Santana, trecho da reportagem Cronista da Colônia, publicada em junho de 2004, no jornal Correio da Bahia

2 comentários:

Mattys disse...

Estou gostando cada vez mais da historia. Sera que Gabriel vai encontrar o camonho para Eldorado?
O que vai encontrar la? As perguntas pulam da minha cabeca. Mas mesmo vc modificando algumas coisas para nao ficar sem sentido, esta sem sentido, porque em um capitulo fala de uma coisa, em outro capitulo de outra coisa. No capitulo IV e no V nao mencionou nem o nome Eldorado.

Andreia Santana disse...

É que o eldorado foi só uma das buscas da vida de Gabriel, um homem que viveu há mais de 400 anos e de quem não sabe muita coisa. As lendas em torno dele abrem espaço para a imaginação e o romance. Nem sempre as passagens da vida de alguém que viveu há tantos séculos, fazem muito sentido.