terça-feira, 6 de maio de 2008

Ciclotímica

O choro dessa moça
dói mais que a própria dor
provoca ressentimento
lembra o vil desamor

O riso dessa moça
contagia, enternece
convida a outros risos
consola quem entristece

O ódio que ela sente
é tão cruel e fatal
sem pena e de coturnos
é capaz de pisar e quebrar
o coração que mais ama

Mas seu amor é tão bom
que queima corpo e alma
Sem resistência se entrega
mais sincera não se encontra
Melhor que remédio de farmácia
cicatriza incuráveis feridas
envolve, eleva e acalma

Tão menina ela parece
tão velha quer se mostrar
as vezes é amarga e trava
mais doce que ela não há

Tão sensata e madura
a serena mulher adulta
que controla com carinho
e manda como quem pede

É a criança do zodíaco
teimosa e mandona
Ou a fênix que nunca morre
condenada a viver para sempre
e das cinzas sempre trilhar
seu caminho de lágrimas e luz

Um comentário:

Anônimo disse...

É tanto sentimento em suas palavras que às vezes me calo simplesmente por não ter o que dizer. E quando calo, escrevo, escrevo e escrevo que é o que, talvez, eu melhor saiba fazer. Esse texto tem pele, ossos, alma e um nome. Um lindo nome.