sábado, 26 de abril de 2008

IV – O sinistro mago Islamal

A inveja corroia o coração de Islamal. Ele invejava o rei Paxá, porque era casado com a bela rainha Isdora; invejava a rainha Isdora, porque ela era mãe do esperto príncipe Rajá; inveja o príncipe Rajá, porque ele era jovem; invejava os moradores da Cidade de Ouro e Prata, porque eram todos felizes. Islamal era a inveja em pessoa. Ele vivia para invejar e só a inveja e o desejo de ter as coisas dos outros o mantinha vivo.

O mago Islamal, meio-irmão e conselheiro do rei, era uma criatura pérfida e sinistra. Não era atlético e tinha inveja da boa forma de Paxá. Sua palidez, o corpo muito magro e os olhos malévolos metiam medo nas crianças e nos adultos também. Homens e mulheres evitavam cruzar o seu caminho.

No coração de Islamal cabiam apenas dois desejos: destruir o rei Paxá e desposar a rainha Isdora. O mago dominava segredos da hipnose e transformação de pessoas em insetos. Arquitetava muitos planos, cada um mais malévolo que o outro.

O príncipe Rajá não gostava do tio, a rainha Isdora temia o terrível mago e o rei Paxá confiava ingenuamente no seu conselheiro. Islamal planejava transformar Rajá em uma insignificante mosquinha, matar o rei Paxá e hipnotizar a rainha Isdora.

Islamal também queria abrir as portas do reino, mas com a intenção de permitir que a maldade invadisse a cidade. Ele tramava subjugar os habitantes de todos os reinos vizinhos e se tornar soberano da Cidade de Ouro e Prata e de todo o mundo. Queria ser mais poderoso e maior do que o rei Paxá.

Irmão mais novo, por parte de pai, Islamal foi criado em um dos inúmeros quartos do palácio-cidade. Sua mãe não era a esposa principal do velho rei Hamir e por isso, Islamal não podia sonhar com o trono. O rei Paxá, quando assumiu o comando, após a morte de seu pai, acabou com o costume muito antigo dos soberanos da Cidade de Ouro e Prata de terem mais de uma esposa. Além de dar muito trabalho e criar uma grande confusão, provocava brigas terríveis por herança e o rei Paxá queria que o seu mundo fosse um refúgio de paz.

Islamal, secretamente, planejava levar a guerra para dentro dos jardins encantados. Guerra e morte se escondiam na alma do mago, sorrateiras e prontas para destruir o paraíso.

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